Internacionalização

Sem dúvida um dos pontos mais fortes do PPGLit, e que o diferencia, é a vocação para a internacionalização desde o início de seu funcionamento. Tal aspecto é resultado da formação docente e de sua inserção internacional que naturalmente se desdobram em contatos com universidades fora do Brasil, seja pela apresentação de trabalhos, seja pelo diálogo acadêmico mais estreito, com pesquisadores e centros específicos, seja pelo desenvolvimento de pós-doutorados no exterior. Para que se tenha uma ideia, deve-se destacar que três dos 12 docentes permanentes fizeram pós-doc no exterior em 2013 e/ou 2014: Prof. Jorge Valentim (Universidade do Porto), Profa. Tânia Pellegrini (Universidade de Oxford) e Profa. Carla Ferreira (Universidade de Iowa), como já mencionado na primeira parte desta proposta. No que se refere ao demais esforços de internacionalização, a atuação da Profa. Dra. Tânia Pellegrini é exemplar; além dela, a de todos os outros docentes, em maior ou menor grau, também é relevante, como se percebe pela breve descrição dos currículos de cada um na primeira parte desta proposta.

De outro lado, em termos institucionais, o perfil voltado para a internacionalização é consequência dos esforços de aproximação com centros no exterior feitos pelo Programa, incentivados pela própria política de internacionalização da universidade na qual se insere o PPGLit, sobretudo aquela promovida pela PROPG. As ações de internacionalização do PPGLit podem ser compreendidas a partir de 4 dimensões: (i) atuação junto a alunos estrangeiros; (ii) realização de pesquisas pelos docentes no exterior e intercâmbio de pesquisadores – detalhados em “Intercâmbios Internacionais” ; (iii) coordenação de programas especiais por parte dos docentes do PPGLit; (iv) acordos de cooperação.

1. Atuação Junto a Alunos Estrangeiros - Mobilidade In para Estudantes

Desde 2014, o PPGLit participa do edital internacional PAEC da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Grupo de Coimbra, oferecendo uma vaga para alunos da América Latina. Por esse edital, o Programa recebe candidaturas, faz a classificação dos inscritos e a OEA é que define o candidato a ser contemplado. Em 2015, o programa recebeu uma aluna do Peru, Sonia Chacaliaza, que foi selecionada pelo referido edital e é orientada pela Profa. Rejane Rocha; em 2016, o programa recebe uma aluna chilena, no âmbito do mesmo edital. Sobre o edital é importante ressaltar que houve um salto significativo na procura dos alunos latino-americanos pelo PPGLit. Em 2014, tivemos apenas 2 candidatos, e nenhum escolheu o PPGLit como primeira opção; em virtude de uma primeira participação, o programa era, ainda, desconhecido – e aqui cabe mencionar a importância do nome da UFSCar e de sua também reconhecida excelência nos cursos de humanas, para que o PPGLit fosse considerado, mesmo que em segunda opção.

Em 2015, como fruto da política de aproximação com os países latino-americanos, feita pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, em especial pelo Pró-Reitor Adjunto, Prof. Dr. Guillermo Lobos, e também pelo PPGLit, somando-se o reconhecimento à qualidade do Programa, foram recebidas 12 candidaturas para o ano de 2016, e 60% dos inscritos escolheu o PPGLit como primeira opção. Isso mostra a ampliação da visibilidade internacional do programa, favorecida pela reformulação do site e pelo trabalho institucional da universidade, muito intensificado também pela atuação docente e seus desdobramentos na comunidade acadêmica internacional, por meio de apresentações de trabalho em eventos no exterior, publicações em revistas que estão avaliadas nos extratos superiores do qualis, entre outros aspectos.

A candidata recebida em 2016, Estefania Sepúlveda, do Chile, é a indicada pela OEA, com base na classificação enviada pelo programa. Nessa seleção, o orientador será o Prof. Wilson Bezerra e a aluna; como resultado do amadurecimento da seleção, Estefania desenvolverá um projeto estreitamente vinculado, em termos de temática e corpus, à tese de doutoramento do professor.

2. Alunos do Programa no Exterior

Por contar apenas com o mestrado, o PPGLit ainda não tem conseguido enviar os alunos ao exterior, para breves estágios de pesquisa, mas é política da atual gestão incentivar os alunos e atualmente já há alguns interessados nessa possibilidade. Por outro lado, é importante destacar que, em 2015, vários alunos participaram do Seminário Cuestiones Críticas, em Rosário, na Argentina, em abril de 2015. São eles: Sonia Chacaliaza, Renan Bolognin, Carlos Plácido, Nayara Meneguetti. Esses alunos, sob a orientação da Profa Rejane Rocha, tiveram importante atuação no evento e sua participação é, por exemplo, um dos fatores que tende a estimular a visibilidade do programa entre alunos de outros países do continente, atraindo, para o edital PAEC de 2016, outros alunos. Em 2016, o aluno Renan Bolognin apresentou trabalho na Itália, em evento na Universidade de Peruggia (maio/2016) e as alunas Amanda Ghetti e Maíra Benedito irão à LLASA na Bolívia em Agosto para apresentar comunicação. 

3. Realização de Pesquisas dos Docentes no Exterior - Mobilidade Out para Docentes do PPGLit e Mobilidade In para Docentes Estrangeiros

DOCENTES DO PPGLIT NO EXTERIOR

Outro aspecto muito importante para a internacionalização do PPGLit reside nos esforços de pesquisa no exterior empreendidos por seus docentes. O incentivo que o PPGLit tem dado a seus professores para o desenvolvimento de estágios de pesquisa no exterior é significativo, tanto em relação ao pós-doutorado, quanto pela participação em outros projetos, algumas vezes com financiamento próprio ou, ainda, como professores visitantes, com financiamento de agências de fomento, como já se mencionou nesta proposta. Destaquem-se as atuações dos professores permanentes do Programa: Carla Ferreira (Univ. Iowa, 2014); Jorge Valentim (Univ. Porto, 2013); Joyce Infante [2010 (Univ. Santiago; 2015 (Apresentação de trabalho na Univ. Salamanca, Espanha)]; Jorge Valentim (2013, Univ. Porto, Portugal); Rejane Rocha [2011 (Alcalá de Henares, Espanha); 2012 (Universidade do Faro, Portugal, Universidade de Viena, Áustria e Universidade de Buenos Aires, Argentina); 2013 (Univ. Tucumán, Argentina); 2014 (Univ. Aveiro; Portugal, UNAM, México, Argentina) 2015 (Univ. Rosário, Argentina)]; Tânia Pellegrini [2013 (Univ. Oxford, Inglaterra), 2014 (Kings College, Londres), 2015 (Univ. Leiden, Holanda)]; Wilton Marques [(2010 (Univ. Coimbra, Portugal); 2014 (BRASA/Londres)]; Wilson Bezerra (Univ. Misiones, Argentina, (2012); Universidade de Holguín, Cuba, 2013).Destacam-se também as pesquisas da Profa. Diana Junkes nas Universidades de Yale (2012) e Illinois (2010), na apresentação de trabalhos em 2010 ( Univ. Lusíada, de Angola, Univ. Bari, Itália) e em 2014 ( Univ. Nova de Lisboa e Univ. Aveiro (banca), Portugal). Foram mencionados aqui 9 dos 12 docentes permanentes do programa, ou seja, 75% dos docentes teve pelo menos 1 atuação no exterior, desde 2011; a maioria teve 2 ou mais atuações.

Em 2016, alguns docentes já têm viagens para congressos agendadas: Profa. Rejane Rocha (Itália); Profa. Tania (EUA); Prof. Wilson (Canadá); Profa. Diana (Chile). Dadas essas informações, tem-se que de 2011 a 2016, os docentes do PPGLit mantiveram diálogos acadêmicos com centros de 11 países diferentes, na América do Sul, América do Norte e Europa, a saber: Argentina, Chile, México, Cuba; EUA e Canadá; Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra e Holanda.

DOCENTES ESTRANGEIROS NO PPGLIT: Como contraparte à mobilidade dos docentes em direção a centros no exterior, o PPGLit também vem recebendo, desde 2011, professores de IES estrangeiras. Em 2015, para proferir palestra, o PPGLit recebeu, em maio/2015, a Profa. Sara Brandellero, da Universidade de Leiden, em parceria com a UNESP de Araraquara. A professora desenvolveu várias atividades no âmbito do PPGLit e do Grupo de Pesquisa Literatura e Tempo Presente/CNPq coordenado pela Profa. Rejane Rocha, como também no escopo do Projeto Fórum de Debates, também coordenado pela Profa. Rejane Rocha, mais bem explicitadas em “Intercâmbios Internacionais”. Deve-se destacar que está assinado um convênio geral entre essa Universidade e a UFSCar e que tramita um acordo específico entre o Centro de Estudos Brasileiros de Leiden e o PPGLit, a ser coordenado pela Profa. Rejane Rocha. Em junho, no âmbito do Projeto Fórum de Debates em parceria com o PPGLit, recebemos a Profa. Marilia Scaff Rocha Ribeiro, Assistant Professor at Department of Romance and Classical Studies da Michigan State University, que proferiu palestra sobre Autoficção contemporânea, também mais bem detalhada em “Intercâmbios Internacionais”.

O Programa recebeu, ainda, o Prof. Andrés Cáceres, da Universidade de Playa Ancha, em setembro de 2015, dando andamento ao convênio específico do Programa com essa universidade, assinado em novembro de 2015. Além dessas participações, o Programa recebeu, em novembro de 2015, para a abertura do seu seminário de Estudos de Literatura, o II Selit, o escritor português Almeida Faria. Como se vê, foi um ano extremamente rico e voltado para o acolhimento de diálogos entre pesquisadores de universidades de diferentes continentes. Em 2014, o PPGLit recebeu Profa. Dra. Regina Aída Crespo (Universidade Nacional Autônoma do México) e tramita um acordo entre a UFSCar e a UNAM no presente momento. Ainda em 2014, o PPGLit recebeu o Prof. Fabio Seimandi (Universidade Nacional de Córdoba) da Argentina para ministrar um mini curso. Em 2013, o PPGLit recebeu, no primeiro semestre, como pesquisadora visitante, a Profa. Dra. Laura Lorena Utrera da Universidade Nacional de Rosário, Argentina, que ministrou uma disciplina sobre Horácio Quiroga e o Cinema. Concomitantemente, e como já foi apresentado, o PPGLit enviou seus docentes ao exterior. Em 2012, o Programa recebeu a Profa. María Mercedes Borkosky, pelo edital da AUGM, da Universidade de Tucumán, para ministrar a disciplina “AUTODISCURSO Y AUTOFICCIÓN EN LA ESCRITURA FRANCESA E HISPÁNICA CONTEMPORÁNEAS”. Destaque-se aqui que pelo mesmo edital e como contraparte, em 2013, a Profa. Rejane Rocha esteve em Tucumán para ministrar disciplina na pós-graduação. 

4. Coordenação de Projetos Especias por Parte dos Docentes do PPGLIT

Em relação aos programas especiais, destacam-se o PLI (desde 2013), do qual participam as professoras Rejane Rocha (coordenadora), Carla e Joyce (participantes), e o Projeto de Parceria Universitária de Graduação em Língua Espanhola e Portuguesa entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar/Brasil), e Universidad Nacional de Misiones (UNAM/Argentina – 2011-2013), do qual participaram os professores Wilson Bezerra e Joyce Infante. Por fim, o projeto Idioma sem Fronteiras, coordenado pela Profa. Carla, no âmbito da UFSCar, o programa federal para internacionalização, o ISF. Trata-se de uma iniciativa governamental para desenvolvimento da internacionalização nas universidades públicas brasileiras, por meio de oferta de cursos de idiomas gratuitos e de aplicação de exames de proficiência, tais como o TOEFL. Todos esses projetos são muito importantes para consolidar não apenas uma experiência dos docentes na gestão em termos de intercâmbios internacionais, como também favorece o diálogo dos alunos da UFSCar com alunos de outros centros fora do país. Esses projetos são ainda muito relevantes por viabilizarem, efetivamente, a integração dos docentes do programa com a graduação.

5. Convênios e Acordos de Cooperação

Do exposto ao longo desta proposta, fica bastante demonstrado que o PPGLit nasce com uma configuração que responde de imediato às demandas da área e às mudanças nos rumos da pesquisa no país em prol dos diálogos internacionais. É com essa certeza que o grupo de docentes resolveu dedicar-se à elaboração do APCN de doutorado, como se verá na aba “Planejamento Futuro”, dividindo tarefas e trabalhando em prol da excelência para fazer valer, tanto quanto possível, a responsabilidade social da universidade pública de qualidade no Brasil, dando a ela, o merecido lugar que devem ocupar os Estudos Literários no mundo.